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Conheçam os projetos que vem sendo desenvolvidos no Parque Nacional das Emas pelos docentes da Universidade Federal de Goiás.

Arctiidae - Responsável: Viviane G. Ferro

 

Para este grupo, as amostragens estão sendo
realizadas em 3 fitofisionomias de Cerrado: (i) floresta estacional semidecídua, (i) cerrado sensu
stricto e (i) campo cerrado. Em cada fitofisionomia foram selecionados 5 sítios, totalizando 15 sítios
amostrais. Os sítios estão separados por uma distância mínima de 200m.

As mariposas são coletadas através de armadilha luminosa modelo Luiz de Queiroz (coleta passiva), utilizando uma lâmpada fluorescente 

suspensa a 1,5m do solo, de luz negra (20W).

 

Após a coleta, é feita a triagem dos exemplares e as mariposas Arctiidae são montadas, secas em estufa e etiquetadas com os dados de coleta. A identificação dos arctiídeos é realizada com auxílio de literatura (Piñas Rubio et al., 2000, Piñas Rubio & Manzano 2003, Watson & Goodger, 1986), por comparação com registros
fotográficos dos exemplares da Coleção Becker (cujos exemplares foram comparados com os tipos), além da experiência dos proprios pesquisadores.

Aves – Responsável: Arthur Ângelo Bispo de Oliveira.

 

Amostragens quali-quantitativas estão sendo realizadas utilizando a metodologia de amostragem por pontos desenvolvida por Blondel et al. (1970) e adaptada para a região tropical por Vielliard (2010), para estimar a abundância de aves (Bibby et al. 2000). A distância mínima de um ponto amostral para outro é de 200 m evitando a sobreposição de avistamento, garantindo, desse modo, independência entre os pontos (Vielliard, 2010). Em cada fitofisionomia foram estabelecidos 8 pontos, com período de observação de 10 minutos por ponto. . O horário de início das amostragens é de no máximo 30 min após o crepúsculo matutino.

Em cada fitofisionomia foram estabelecidos 8 pontos, com período de observação de 10 minutos por ponto. . O horário de início das amostragens é de no máximo 30 min após o crepúsculo matutino. As aves serão registradas por dois tipos de métodos: avistamento, com auxílio de binóculo e vocalização. A identificação será auxiliada pelo uso de guias de campo (e.g. Gwynne et al. 2010, Ridgely et al, 2009, Sigrist 2009; 2010, Van Perlo 2009). No caso das vocalizações serão realizadas gravações para servir como material comprobatório de ocorrência, assim como auxiliar no caso de dúvidas em campo e possibilitar posteriormente comparações, além de análises em laboratório de bioacústica. Para este fim será utilizado um gravador Marantz PMD660 com microfone direcional Sennheiser. A nomenclatura e o ordenamento taxonômico seguirá a sugerida pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2014). 

Anfíbios - Responsáveis: Rogério P. Bastos, Fausto Nomura e Natan M. Maciel.

 

São realizadas duas campanhas (duração de 12 dias cada) na estação chuvosa. Durante estas
campanhas, cinco corpos d’água localizados no PNE e outros cinco nos municípios de Mineiros e
Chapadão do Céu são amostrados pelo método de levantamento em sítio de reprodução (survey at
breeding sites; Scott & Woodward 1994).

Durante a visita aos corpos d’águas, o ambiente é lentamente percorrido por toda a sua margem e os indivíduos observados ou escutados são contados para a estimativa da riqueza e abundância de espécies de anfíbios. Machos observados em atividade de vocalização, fêmeas, casais em amplexo e desovas também são contados.

Os girinos são coletados com puçá de tela de arame (malha de 3 mm²) e cabo longo, com o esforço padronizado de uma hora de amostragem/pessoa/corpo d’água. A identificação ao nível específico é realizada posteriormente, em laboratório, com o auxílio de microscópio estereoscópico. Como os anfíbios também podem ser identificados através das suas vocalizações, as mesmas são registradas com gravador Cassette Marantz PMD222 e microfone Sennheiser. Os sonogramas são confeccionados em computador, utilizando o programa Avisoft- SONAGRAPH® Light.

Angiospermas - Responsável: Marcus V. Cianciaruso.

 

Vegetação: Atualmente monitora-se dois tipos de vegetação: floresta estacional semidecídua
e um gradiente de cerrado sensu stricto e campo cerrado. Na floresta estacional foram  instaladadas 10 parcelas permanentes de 10 m x 10 m, onde amostramos todos os indivíduos do componente arbustivo-arbóreo, definido como sendo formado pelos indivíduos lenhosos com diâmetro do caule na altura do peito maior ou igual a 10 cm. Nas áreas de cerrado temos 49 parcelas de 10 x 10m onde
todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com diâmetro na altura do solo maior ou igual a 3 cm foram identificados. Dessa forma, temos estimativas da riqueza,abundância relativa e composição das espécies vegetais em cada parcela. O componente arbustivo arbóreo é reamostrado a cada três anos (altura, área basal e recrutamento de novos indivíduos),mas anualmente verifica-se a mortalidade dos indivíduos.

Ocupação e dinâmica de espécies invasoras: utilização de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), equipado com câmera, para avaliar a extensão e o comportamento das manchas de gramíneas invasoras ao longo do ano. Os mapas gerados por esse monitoramento aéreo também fornece subsídios para as análises com a fauna, devido a maior acurácia (escala 1m) obtida por pixel e a capacidade de identificar a estrutura e heterogeneidade da paisagem em escalas maiores.

 

Fenologia de espécies arbustivo-arbóreas (mensal): Acompanha-se mensalmente, para todos os indivíduos arbustivo-arbóreos presentes nas parcelas, as seguintes fenofases reprodutivas:presença de folhas jovens, folhas adultas, folhas senescentes, ausência de folhas, presença de botões florais, flores e frutos imaturos. Como resultado, obtém-se uma série histórica inédita para o Cerrado com a qual pode-se testar as hipóteses descritas acima.

 

Produtividade do componente herbáceo-subarbustivo e biomassa de grupos funcionais (anual): Estamos avaliando a produtividade anual dos sítios amostrais  quantificando a biomassa do componente herbáceo produzida a cada 12 meses. A cada ano novas parcelas são sorteadas, para eliminar o efeito da remoção da biomassa em anos anteriores no mesmo local. Aproveita-se este desenho experimental para quantificar também a biomassa de grupos funcionais de plantas. 

 

Produção de serrapilheira (mensal): Em cada parcela permanente, foi alocado um coletor de 50 x 50 cm (0,25 m2 de área de coleta) e 20 cm de altura. Mensalmente, recolhemos o material vegetal acumulado para posterior triagem em laboratório. Separaremos manualmente o material de cada coletor em quatro frações: folhas, ramos e miscelânea (material vegetal particulado e não identificado). Descarta-se qualquer material que não for de origem vegetal. Posteriormente, levare-se cada fração à estufa até obter-se o peso seco
constante. Após obtenção do peso seco, pesa-se as frações de cada coletor em balança analítica.

 

Decomposição do material foliar (anual): Coleta-se o material foliar acumulado no solo e o leva à estufa até a obtenção do peso seco constante. Após a secagem pesa-se esse material em balança analítica e encerra-se 5,0 g (peso seco inicial) em cada bolsa decompositora. Coloca-se em cada parcela sobre o solo 4 bolsas decompositoras (num total de 240 bolsas). As bolsas são colocadas na estação seca (que corresponde ao pico de produção de serapilheira) e são retiradas do campo após 12 meses. Dessa forma estima-se a quantidade de matéria perdida (decomposta) anualmente.

 

 

Referências Bibliográficas

 

Bibby, C., Jones, M. & Marsden, S.J. 2000. Expedition field techiniques, Bird Surveys. Cambridge: Ed. Bird Life International;

 

Blondel, J., Ferry, C., & Frochot, B. 1970. La méthode des indices punctuals d`abundance (IPA) ou desrelives dàvifaune par stations d`escute. Alauda, 38: 55-71;

 

Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (2014) Listas das aves do Brasil. 10ª Edição. Disponível em <http://www.cbro.org.br>.

 

Gwynne, J. A. [et al]. Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado.  São Paulo: Editora Horizonte, 2010.

 

Piñas Rubio, F.S.J. & I. Manzano. 2003. Mariposas del Ecuador. Volume 21b. Arctiidae, subfamília Ctenuchinae. Compañia de Jesús, Quito;

 

Piñas Rubio, F.S.J., S. Raab-Green, G. Onore & I. Manzano. 2000. Mariposas del Ecuador. Volume 20. Family Arctiidae. Pontificia;

 

Ridgely, R. S., Tudor, G. Field Guide to the Songbirds of South America. The Passerines. In association with The Academy of  Natural Sciences of Philadelphia and World Land Trust-US.

University of Texas Press Austin, 2009;

 

Scott, N.J. & B.D. Woodward. 1994. Surveys at breeding sites. In: W.R. Heyer, M.A. Donnelly, R.W. McDiarmid, L.A. Hayek & M.S. Foster. et al. (eds.) Measuring and monitoring biological diversity - standard methods for amphibians. Washington: Smithsonian Inst. Press. pp. 118-125.

 

Sigrist, T. Guia de Campo Avisbrasilis - Avifauna Brasileira 1/2. Avisbrasilis, 2009;

 

Van Perlo, B. A Field Guide to the Birds of Brazil. Oxford, University Press, 2009;

 

Vielliard, J. M. E. et al. Levantamento quantitativo por pontos de escuta e o Índice Pontual de Abundância (IPA). Ornitologia e Conservação: ciência aplicada, técnicas de pesquisa e levantamento, 2010;

 

Watson, A. & D.T. Goodger. 1986. Catalogue of the neotropical tiger-moths. Ocasional Papers on Systematic Entomology. No 1;

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